20.1.07

cartograma#59

pela janela
meia-noite, ela vem.
vira-mexe, vem.

e ela dança tão bem...

-Rio, 20.01.07.

5.1.07

cartograma#58

linda morena,
n´outro gole de absinto
tomo-te toda,
queima-me as entranhas,
sensível câncer.

linda morena,
eis teu gole de absinto.
vem! toma-me também.

-rio, 05.01.07.

cartograma#57

foram-se as máquinas,
ficaram as páginas, cumplicidades.
à mão, rabisco toda a nova história.
perdi no vazio o primeiro capítulo das ciências doutas,
ganhei as linhas retas das janelas,
a anarquia das flores,
métrica orgânica,
poesia torta.

hoje já e amanhã, selva e concreto.
foram-se as máquinas,
vagaram-se todos.

restou-me o marcapasso a avivar-me o coração ofegante em lembranças
tamborilando saudades do solo natal.

-rio, 05.01.07.