5.1.07

cartograma#57

foram-se as máquinas,
ficaram as páginas, cumplicidades.
à mão, rabisco toda a nova história.
perdi no vazio o primeiro capítulo das ciências doutas,
ganhei as linhas retas das janelas,
a anarquia das flores,
métrica orgânica,
poesia torta.

hoje já e amanhã, selva e concreto.
foram-se as máquinas,
vagaram-se todos.

restou-me o marcapasso a avivar-me o coração ofegante em lembranças
tamborilando saudades do solo natal.

-rio, 05.01.07.

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