"Existe uma terra fantástica, uma terra de promissão, é o que dizem, que eu sonho em visitar com uma velha amiga. Terra singular, imersa nas brumas de nosso norte, e que poderíamos chamar de Oriente do Ocidente, de China da Europa, de tanto que ali se deu asas à quente e caprichosa fantasia, de tanto que ela a ilustrou, paciente e obstinadamente, com suas sábias e delicadas vegetações.
Uma verdadeira terra de promissão, onde tudo é belo, rico, tranqüilo, honesto; onde o luxo sente prazer em mirar-se na ordem; onde a vida é gorda e doce de respirar; de onde a desordem, a turbulência e o imprevisto estão excluídos; onde a felicidade está casada com o silêncio; onde a própria comida é poética, gordurosa e excitante a um só tempo.
Você conhece esta doença febril que toma conta de nós nas frias misérias, esta nostalgia da terra que ignoramos, esta angústia da curiosidade? Existe uma região que se parece com você, onde tudo é belo, rico, tranqüilo e honesto, onde a fantasia construiu e decorou uma China ocidental, onde a vida é doce de se respirar, onde a felicidade está casada com o silêncio. É lá que é preciso ir viver, é lá que é preciso ir morrer!
Sim, é lá que é preciso ir respirar, sonhar e alongar as horas pelo infinito das sensações.
(...)
Uma verdadeira terra de promissão, estou dizendo, onde tudo é rico, limpo e luzente, como uma bela consciência, como uma magnífica bateria de cozinha, como uma esplêndida ourivesaria, como uma jóia salpicada! Ali os tesouros do mundo afluem, como na casa de um homem laborioso e que bem mereceu o mundo inteiro. País singular, superior aos outros, como é a Arte à Natureza, onde esta última é reformada pelo sonho, onde é corrigida, embelezada e refundida.
Que busquem, que busquem ainda, que estendam sem cessar os limites de sua felicidade, estes alquimistas da horticultura! Que proponham prêmios de 70 e 100 mil florins para quem resolver seus ambiciosos problemas! Quanto a mim, encontrei minha tulipa negra e minha dália azul!
(...)
Sonhos! Sempre sonhos! E quanto mais ambiciosa e delicada é a alma, mais sonhos a afastam do possível. Cada homem traz em si sua dose de ópio natural, incessantemente secretada e renovada, e, do nascimento à morte, quantas das horas que contamos são repletas de gozo positivo, de ação bem-sucedida e decidida? Haveremos de viver, de passar algum dia para este quadro que meu espírito pintou, este quadro que se parece com você?"
(C. B.)
Uma verdadeira terra de promissão, onde tudo é belo, rico, tranqüilo, honesto; onde o luxo sente prazer em mirar-se na ordem; onde a vida é gorda e doce de respirar; de onde a desordem, a turbulência e o imprevisto estão excluídos; onde a felicidade está casada com o silêncio; onde a própria comida é poética, gordurosa e excitante a um só tempo.
Você conhece esta doença febril que toma conta de nós nas frias misérias, esta nostalgia da terra que ignoramos, esta angústia da curiosidade? Existe uma região que se parece com você, onde tudo é belo, rico, tranqüilo e honesto, onde a fantasia construiu e decorou uma China ocidental, onde a vida é doce de se respirar, onde a felicidade está casada com o silêncio. É lá que é preciso ir viver, é lá que é preciso ir morrer!
Sim, é lá que é preciso ir respirar, sonhar e alongar as horas pelo infinito das sensações.
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Uma verdadeira terra de promissão, estou dizendo, onde tudo é rico, limpo e luzente, como uma bela consciência, como uma magnífica bateria de cozinha, como uma esplêndida ourivesaria, como uma jóia salpicada! Ali os tesouros do mundo afluem, como na casa de um homem laborioso e que bem mereceu o mundo inteiro. País singular, superior aos outros, como é a Arte à Natureza, onde esta última é reformada pelo sonho, onde é corrigida, embelezada e refundida.
Que busquem, que busquem ainda, que estendam sem cessar os limites de sua felicidade, estes alquimistas da horticultura! Que proponham prêmios de 70 e 100 mil florins para quem resolver seus ambiciosos problemas! Quanto a mim, encontrei minha tulipa negra e minha dália azul!
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Sonhos! Sempre sonhos! E quanto mais ambiciosa e delicada é a alma, mais sonhos a afastam do possível. Cada homem traz em si sua dose de ópio natural, incessantemente secretada e renovada, e, do nascimento à morte, quantas das horas que contamos são repletas de gozo positivo, de ação bem-sucedida e decidida? Haveremos de viver, de passar algum dia para este quadro que meu espírito pintou, este quadro que se parece com você?"
(C. B.)
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