16.7.06

cartograma#1

Pela sutileza, então, resolvi chover.

E chovi durante toda uma tarde da casa.

Chovi sem pressa e no necessário da calma,

lavando meu chão e um bom tanto da alma,

limpando no ar os meus cinco sentidos.

Na janela, agora, adiantado da hora,

toco a espessura do ar, umidade,

trago à boca uma gota,

sinto seu gosto, cheiro e leveza.


Da noite que cai, quero sonhar a beleza,

música suave que inunda e inverte a cidade.


[Porto Alegre, Bom Fim, Jolacre, num entardecer chuvoso, meados de 2004]

Nenhum comentário: