Os tecidos, aos poucos, desvelando o corpo nu ao meu lado.
A respiração sôfrega e calma, o toque sutil deslizando a palma em geografias desenhadas por arquitetos do perfeito.
As formas
cores
cheiros
gostos difusos na escuridão do ar.
Contornos realçados no satélite negro/alvo da noite.
A janela aberta...
Oxigênio. Hormônio. E Adrenalina...
Susurros baixos, inaudíveis por não precisarem de sentido.
Percebendo a sucessão das formas, a angústia dos fios...
Entrelaçados. Molhados. Secos. Quebradiços.
O peso liberado no paralelo dos braços, na lateralidade do claustro.
A espera intensa e despreocupada pelo momento, seu ápice.
Alongamento de vértebras, distensão de fibras, corrosão sentimento.
A entrada em vida: Movimento Retilíneo Uniformemente Curvilíneo.
Parcialmente subentendido. Totalmente executado...
Na cumplicidade sem fato da forma infinita de se fazer/ser intenso.
No cruzamento analítico da possibilidade remota sem ser coagido.
Cúmplice.
Díade.
Carnal.
A vida corre em passos ágeis, quentes, úmidos e...
Aconchegante, invasiva, pormenorizadamente nem sempre verdadeira.
Segue vazia e cheia, suja e vagabunda. Ingrata.
Sim, senhor... E vamos nós de novo.
mucosáridamentequente
cheiaudaz, saudações a você...
subitamenterelaxadormente
Mais uma noite assim e estaremos
No mesmo lugar.
SALDO
Últimos Lançamentos - Extrato Inexistente
ESPERA
E a dança dos dias toma as dores do parto.
A cadeira vazia contém as memórias do fato absurdo,
Significantemente ato fálico, onírico, sintomático.
Voando ao céu em asa de cera,
Sustentado no ar
frágil pela crendice na vida,
E presa ao passado como em um tubo preto, é vazia...
A essência interna do particular intrusivo...
Morto ou Preservado:
Se o mundo acabasse hoje
Que será que eu diria?
RESIGNAÇÃO
Há tempos não vejo o amor despreocupado...
Invasivo e perfeito, singular impossível.
Quando a teia de olhares cruza multidões sem visto,
A frieza do ser me guia a um ambiente longe e sozinho.
Isolado do canto, posto no centro das contradições, inibido.
A culpa surge quando o melhor de nós é preservado.
Faço-me frágil, vivo instintivo. Tradicional, racional e...
Obedientemente objetivo, óbvio omitido.
Se eu dissesse que te amo
O que pensarias?
- 1999, para Giu.
3 comentários:
O desenho das letras.
Não são elas que as descobre em corpo nu, não é mesmo? Não é delas seu suor, nem são elas para quem diz que ama, não é mesmo?
Se isto que te escrevo estivesse à lápis, terias mais cuidado em apagar-me.
Mas num simples deletar você não deixará vestígios.
Adotei a 'mentira platônica', e tomei o espaço que não me cabia.
Afinal, há excesso de espaço.
Trata-se de uma outra janela aberta.
Engraçado que antes d"o" seu Cartograma, eu tinha a mesma janela porém o nome d"a" minha era Autópsia!!
Imagine o quanto nossos relevos subterrâneos se encontra(va)m.
Mas deletei, sem vestígios.
Me avise do violão.
Violão.
Pensaria que te amo também.
Desde antes, até depois.
:P
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